Saudade

Saudade é uma coisa de velhos marinheiros
Corpos cansados, carregados
Perdidos, naufragados
Seres só alheios a vulgos enredos
Quem sente saudade são os homens dos mares
De pés soltos na fúria das marés
Os bravos homens que pelo mar tudo largam
Pelo sonho, pela ilusão divagam
Os saudosos são os homens das redes
Que suspiram na falta de abrigo das suas paredes
Do toque da voz dos amados, em terra abandonados
Saudade é coisa de homens cansados.
Então porque sinto esta ânsia no meu peito
Este medo secreto de te perder
Esta saudade de procurar e não te ver.