Sou apenas uma das marionetas,
Por detrás do pano vermelho
Perdida,
Não controlo os fios que nos movem,
Não sou eu quem dita o rumo,
Que tomou a nossa vida.
Não me cabe a mim,
Escrever a peça,
Apenas esperar, paciente,
Que o destino a teça.
Se não controlo onde sopra o vento,
Como queres tu,
Que impeça a chuva de cair,
Ou os céus de se rasgar…
Como queres,
Que não deixe o inverno se instalar,
Não sou eu quem manda,
Quem faz as estações mudar…
Sou apenas um pedaço de pau,
Que segue as linhas de um guião,
De autor incerto,
E por vezes o teu errado, é o meu certo.
Não me peças, por figurar no teu retrato,
Que seja igual ao reflexo de mim,
Que melhor se adequa nos actos do teu teatro.
Não posso subjugar-me ás tuas ideias,
Tomar-te como exemplo,
Fazer do teu, o meu pensamento.
Não posso não ser eu,
Para que se encaixem no teu caminho,
Os passos que sozinha dou…
Não posso ser eu,
A parar a tempestade,
Que paira sobre as nossas cabeças,
Porque, para que não te esqueças…
Sou como tu…
Mais uma marioneta trôpega,
De olhar travesso,
Que no fundo, também treme,
Teme, ao dar cada passo…
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