quarta-feira, julho 22, 2009

Peça de teatro - Primeiro acto...

Ainda mal começou …
E já não vês a hora de a cortina fechar,
E a farsa acabar…
Queres olhar-te ao espelho e ver-te a ti…
Mas em vez disso vez um pedaço
De cada uma das facetas
Que pintam de ti.

Arruma o nariz de palhaço,
O sorriso falso,
Tira a maquilhagem,
Faz-se hora,
De assumires outra personagem…

Veste-te de negro,
Carrega a face num semblante,
Escuro, velho, berrante
Coloca na boca um riso de escárnio,
Quem vai á tua frente cai ao chão
És vilão,
Abraça esse teu lado mau.

Solta as rédeas do cavalo,
Agora já não és senhor,
És vassalo
Ajoelha-te no chão,
Começa a procurar ouro,
Grão a Grão…

Despacha-te,
Larga esse manto de breu,
Sacode o pó…
Coloca um sorriso tímido,
A pintar esse teu rosto lívido
És o bibelô de porcelana,
Cândido, imaculado, inocente,
Alheio a toda a trama.

Apressa-te
Ainda te falta dar vida ao guerreiro.

Antes de a cortina fechar...
Ferido, recusas-te a não vencer,

És demasiado forte para te deixar cair….
Continuas sem forças,
Até perderes os sentidos,

Recusas-te a perecer,
Porque para ti parar é morrer…

*************************

Sem comentários: