quarta-feira, julho 22, 2009

O inicio do fim...

Demorou pouco para me aperceber...
Perante o nosso olhar incrédulo,
O céu acima de nós começa a ceder,
Os nossos telhados de vidro,
Começam a ruir...

O som do vidro a partir...
Da chuva de estilhaços a cair,
Sob a pele,
Deixa a nossa volta um odor acre a fel...

Perdem-se os nossos mundos,
Por entre os grãos de poeira,
Que se soltam da terra da vida,
Perdem-se momentos de uma vida...

A chuva de vidros sobre nós,
Reabrem feridas antigas,
No meio da escuridão, estamos sós,
E o sangue não para de fluir, tudo o traz,
São os restos daquelas mentiras,
Que o tempo nunca desfaz...

Tal qual uma estrela cadente
Rasga, a escuridão da noite, no céu
O tom da tua voz foi,
Num grito estridente,
O anuncio do fim do apogeu

Palavras proferidas,
São como vozes perdidas
De pouco me servem actos sinceros,
Se de entre os teus lábios
Se tecem enredos,
Longe de verdadeiros...

Tu atas, acusas ...
Enquanto tu corres e foges...
Eu deixo chover no meu rosto,
Deixo que o vento faça o seu suposto
Lave mentiras, desinfecte feridas,
Faça sangrar, faça doer...
Faça chorar, faça sofrer...

Para no fim me erguer,
Olhar o céu sem a redoma de vidro,
Reflectir-se na poeira deixada a cada passo
E perceber que este fim,
Foi apenas um novo começo...

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