sexta-feira, janeiro 16, 2009

Terra do nunca...

Crescemos…
Os miúdos dos grandes olhos castanhos,
Que prometeram não crescer
Cresceram
Deixaram o sorriso traquina do rosto esmorecer,
Deixaram de ser o que eram.
Esqueceram-se de como era belo viver.

Mudámos…
Os catraios reguilas do dia e meio,
São agora os jovens adultos do meio-dia cheio
Projectos de um mundo criado por outros,
De uma realidade que não é nossa,
Construída por um cordão de fios soltos.

Esquecemos…
Ai como nos esquecemos!!!
De sonhar, de sorrir, de amar…
Sem esperar nada em troca,
De dar sem pedir

Esquecemos o pacto feito,
Na sombra do muro do nosso castelo,
Esquecemo-nos que juramos,
Entrelaçar os nossos destinos e ser,
Eternamente os mesmos meninos.

Hoje lembrei-me de ti.
Quando passei pelas muralhas decrepitas,
Que protegiam o nosso velho jardim,
Dei falta da sombra da nossa velha oliveira,
Do verde vivo da erva,
Do cheiro doce a musgo fresco,
Do aroma trazido pelo vento,
Ao tocar as pétalas das rosas,
Da leveza das brisas dos ventos,
Do eco daquelas gargalhadas só nossas.


Deu-me uma saudade da nossa infância,
Daquele tempo em que a nossa Terra do nunca,
Era um pequenino mundinho,
Em que tudo era simples e mágico,
Perante o nosso olhar de mágico,
De meninos pequeninos.

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