segunda-feira, dezembro 08, 2008

Barquinho de papel


Vou lançar o meu barquinho ao mar.
Sob o serpentear das ondas,
O correr desenfreado das correntes,
E os cantares do vento
Ele até ti, há-de chegar.

Enchi o meu pequeno batel,
Com tudo que quero dizer-te,
Mas a alma se nega a contar,
Disse-lhe tudo o que a ti em segredo,
Ele deveria revelar.

Sei que te prometi,
Que por ti deixava tudo,
Até os limites que pintam o horizonte,
Mas já não és o meu porto seguro,
Já não és aquele sonho que procuro.
O meu caminho já não passa pela tua porta,
E eu já não sou mais para ti,
Do que uma memória,
Não sei se alegre se triste,
Que o tempo desbota.

Tenho medo que as tempestades,
E o cantar das sereias,
Desviem o meu pequeno barquinho,
E ele não possa atracar,
No porto onde tu me esperas ver chegar.
Queria tanto que soubesses,
Como és uma doce personagem da minha história,
O quanto me ensinas-te, o quando fui feliz contigo,
O quanto te amei, o quando me magoas-te.

Mas, as palavras parecem,
Impossíveis de dizer,
E eu comecei um novo caminho,
Não quero levar magoas nas malas,
Não quero ter nuvens cinzentas no meu céu,
E ter de aprender a ignora – las

Por isso escrevi tudo,
O que tinha em segredo,
Guardado de ti,
E lancei-o ao mar,
Na esperança que o meu pequeno batel,
O meu pequeno barquinho de papel,
Galgue as ondas e as correntes do mar,
E te encontre, onde tu me esperas
Um dia, ver regressar.

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