domingo, novembro 23, 2008

Para ti (dedicado)...


Pensava que podia adivinhar os dias
Medir os meus passos ao centímetro,
Prever o resultado dos dados,
Mesmo antes de os lançar,
E antecipar cada jogo antes de o começar a jogar.

Vivia adormecida por uma rotina,
Inerte e sombria,
Que me toldava o olhar e me fazia acreditar,
Ter o controlo do destino na palma das mãos.
Aprendi a caminhar sozinha,
Acreditando que era eu e só eu quem escrevia a minha história.

Até que tu apareceste sem eu contar.
Aconteceu tudo sem ser planeado,
No seu ritmo o destino foi sendo traçado
E dei comigo a sorrir como á muito não sorria.

A sentir uma paz que há muito não sentia,
Tudo sem ter calculado ou planeado,
Sem ter o rumo no mapa traçado.
Sem tomar o destino, da minha vontade, escravo.

Ensinaste-me a acreditar na beleza dos momentos,
A olhar-me sem medo,
A baixar as defesas dos meus pensamentos,
E a em segredo, deixar-me levar,
Deixar-me levar, sem pensar…
Sem calcular, sem prever ou antecipar…

Há qualquer coisa em ti que me acalma,
Me faz sentir em paz com a minha alma,
E me dá coragem para continuar a caminhar
Sem ter medo do que o horizonte me reserva
E do que pode estar á minha espera.

Eu que pensava que podia planear cada segundo
Tola, eu sei…
Sem sequer ter ousado pensar ou premeditar
Dei comigo a andar de mão dada contigo,
E a esquecer que ao nosso redor existe um mundo,
E que a beleza de tudo está em não o tentar controlar,
Mas sim em aprender a simplesmente deixar-me levar…

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