sábado, novembro 15, 2008

O Sonho da boneca de trapos


Tinha os olhos cheios de sonhos,
As pernas, de há muito estarem cruzadas,
Tinham algumas das costuras soltas,
Vários remendos coloridos
Tapavam as partes rotas,
E os botões já estavam velhos e descosidos.

Caminhava sozinha pela noite,

Consquistando aos poucos o caminho,
Tropeçava aqui e ali, nas pedras do chão
Já tinha caído, tinha um dos joelhos ferido
Até o botão favorito tinha perdido,
Mas continuava, seguia em frente

Rasgando as sombras,
Enfrentando os seus medos,
Nada seria pior que a solidão em que vivia
E já podia sentir o calor do sol tocar-lhe os dedos.
Ouviu, no cantinho da estante, onde estava guardada.


Uma voz distante dizer
Que o calor dos raios de sol pela manhã,
Enchia a casa de vida,
E pensou que á luz do sol,
Também ela se tornaria viva.

Via o brilho da aurora lá longe o brilho da aurora,
Tinha o vestido descosido,
O pano de uma das pernas tinha cedido,
Custava-lhe andar,
Mas nunca pensou, em segundo algum, parar…


Já conseguia ver a luz do sol,
Cegava-lhe os olhos cobertos de sonhos,
Sentia o calor embalar-lhe o corpo,
O coração de alfinetes bater forte como um louco
Não sabia o que era aquilo que sentia,
Se era assim que era ser viva,
Mas estava feliz… Podia passar ali o resto do tempo…
E assim o fez…

Sentou-se, deixou o seu coraçãozinho aquecer
Quando a luz deixava de brilhar
Fechava os olhos e limitava-se a sonhar,
Com um novo por do sol e com a alegria
Do raiar de um novo dia.

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