domingo, outubro 05, 2008

As ruínas á nossa volta...

Somos rivais de espada em punho
Travamos duras, sangrentas batalhas,
Em fracções de segundo,
Sem limites,sem regras, corremos mundos.
Das mãos calejadas,
Soltam-se gotas de sangue e suor,
Lágrimas escorrem pelos rasgos
Das máscaras de pedra que usamos
E das armaduras que envergamos,
Do peito, solta-se o coração.
Por entre silvos e gritos,
Damos a conhecer um ao outro,
Os nossos fantasmas,
E os segredos dos sentidos, ocultos.
Damos voz,
Aos medos mudos escondidos,
Vergam os castelos e muralhas,
Por nós erguidos.
E ouvem-se ao longe, no eco dos ventos.
Eu ouço-te a ti,
Tu a mim.
Acordamos deste sono perfeito.
De quem dorme e não se sente,
De quem está, sem estar presente e
Abri-mos os olhos.
Caem pelo chão os ínfimos pedaços,
Das armaduras e mascaras,
Que construimos para nos esconder.
Eu vejo-te e a ti,
Tu vês-me a mim.
Vemos que somos humanos,
Pedaços de barro por moldar,
Por detrás da superfície de pedra,
Que fomos ensinados a erguer.
Encontramos nas nossas batalhas,
O sustento, a força, o alento
Para vencer fortalezas e muralhas,
Porque detrás das ruínas espalhadas á nossa volta
Resta-nos a força do sentimento que sentimos um pelo outro.

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