terça-feira, julho 01, 2008

Só seu, só dela...

Sentada na borda da janela,
Olhava, perdida do mundo
O céu acima de si a cada noite.
Esperava, em segredo,
O cair de uma estrela
À beira dos seus pés descalços
Cuja brisa suave do vento
Acariciava gentilmente...
Espera um secreto milagre só seu...
Um ingénuo desejo
Daqueles que só concedem, ao cair,
Os pontinhos do céu.

Os anos passaram lentamente
Mudaram, vezes sem conta, as estações
E cada dia, que passou, levou um pouco mais
Da intocável magia daquele olhar
Da menina de cabelos ao vento
Que sentava na janela a cada noite
Se atrevia a sonhar,
Com um milagre só seu, só dela...

Por fim, depois de muitos Invernos,
Primaveras, Verões...
Chegou a noite em que se esqueceu

E a lua jamais a viu
Sentada na janela.
A menina encontrou novamente o mundo
Esqueceu a esperança naquele desejo,
De ver cair uma estrela
E suster entre as mãos um pedacinho de céu
Só seu, só dela...

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