domingo, junho 22, 2008

Doce decadência (dedicado)


Quero esconder as rugas
Os cabelos brancos
Muitos dos muitos pensamentos insanos,
Conversados com a almofada
Enfrente ao espelho da mala que,
Combina com roupa da próxima jogada.
Esquecer os erros de juventude,
Fazê-los obedecer a experiência da idade
Errar de propósito
E só porque me dá um satírico gozo
Um estranho acre gosto
Levantar o nariz ao ar
Andar cheia de virtude
Quando fui na verdade
Nada mais que vazia
Usar e abusar
Do verniz, batons, stilettos e afins
Quero ser uma excêntrica discrepância
Das que molda o reflexo de espelho
Tenta fazer de novo o velho
Fruto doce dessa decadência
De ser obrigada a envelhecer

E não poder escapar ou esconder.

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