terça-feira, janeiro 01, 2008

Jardim do meu velho castelo

Não há flores novas no meu velho jardim,
Só as heras espalhadas pelas paredes
Das antigas muralhas do meu castelo
Borboletas, já nem as conheço
Não param aqui neste lugar morto
Cofre do que esqueço
Lugar onde escondo o que desconheço
Espinhos foram rosas
Lembranças, sonhos
Suspiros do vento, sorrisos
Palavras soltas, belos poemas...
Já não há vida neste canto,
Apenas o sopro do desencanto
Já não crescem flores no meu jardim, onde,
A terra afunda ao mais leve toque
O verde se esconde por detrás das sombras
Das imponentes eras que,
Foram tempo de indomáveis feras,
Brilhantes cavaleiros, belas princesas,
E grandes herois do derradeiro...
Não crescem flores novas no meu jardim...
O sol já não brilha como antes, aqui...
Só a lua desperta os antigos cantares
Das velhas vozes dos apaixonados
Que uivam de dor, esquecidos neste lugar perdido...
Só os velhos contadores de histórias sabem,
Deixar-se enganar pelos sentidos,
E ver aqui, aquele velho jardim...
Onde flores cobriam a terra de mil diferentes cores
Os passaros cantavam para fazer sorrir o vento
Linhas soltas de belos poemas,
Cantados pelas princesas e herois que,
Caminhavam descalços sobre a terra,
Em direcção ao por do sol, a caminho da lua...
Já não crescem flores aqui,
Restam-me os contadores de histórias
Que avivam com as suas palavras sábias
As velhas memórias do que já foi,
O mais belo jardim do meu velho castelo...

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