domingo, janeiro 27, 2008

No calor do passar das horas
No refúgio da distância sentida
Digo-te o que sinto,
Acerca desta minha vida.
Os dias correm depressa
Como o rio corre para a sua foz
O tempo, desse perde-se a riqueza,
Como se perde o brilho da voz.
È vivido sempre com pressa.
Pressa de chegar a um lugar,
Para logo de seguida o abandonar
E novamente, sem destino, correr
Tal como faz a agua ao nascer.

Nós,perdemos-nos ao longo do leito
Trilho traçado sem qualquer preceito.
Ao parar de remar contra a corrente
Perdemos controlo do corpo e a alma mente,
Mente, quando diz que se deixa levar,
Quando se engana para parar de pensar
Para esquecer, para não lembrar,
Que é pequena gota no meio do oceano
Mera madeira coberta de pano
Marioneta presa, movida por fios.
Que vê os segundos passarem
Por entre os seus dedos vazios.
A alma mente, para não ver
Mente para não crer que é,
Pobre, que se ilude no contentamento
E se deixa levar pelas águas, sem tormento
Rumando em direcção ao eterno esquecimento.


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