sábado, janeiro 26, 2008

Aquela varanda

Fico sentada, sob o pôr-do-sol
Naquele sitio perdido no tempo
Castelo do meu velho pensamento
Lugar onde me perco, para não me achar
Deixo-me ali jogada, inerte, largada
No chão que já antes pisei e deixo-me levar,
Na dor de todos os sonhos que sonhei
Pela melancolia de já não sonhar.
Naquela varanda deitada ao sol
Dança uma alma do que já fui
Risos de alguém que já conheci
Saudades de uma vida que mal vivi...
E eu olho impávida, sem nada fazer
Sem poder tocar, sem poder esquecer
Aquela miúda que dançava
Que com o vento e as flores cantava.
Perco-me sem rumo,
Por breves, efemeros segundos,
Deixo-me fora de todos os mundos
Volto a ser aquela criança que ria,
De olhos carregados de esperança vazia,
Aquela menina que sonhava acordada,
Que de pés no chão voava...

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